as pessoas aprendam, pensem, os pais do garoto o fizeram
pensar que era rico porque pensaram que isso faria o bem para eles, então, os
professores podem por meio das aulas, fazer com que os alunos pensem o que eles
querem que nós pensemos. Isso deve ser algum tipo de pensamento idiota, comum
da minha idade.
A aula começa, O
sr. Whiskins, nosso professor de história, fala sobre como o governo impediu a
guerra conhecida como a guerra dos 100 anos, pois aconteceu a mais ou menos 100
anos atrás, onde uma guerra estava prestes a acontecer e o presidente da época,
Elisson Vest conseguiu impedir que uma guerra fosse declarada, deixando com que
milhares de pais de famílias não se tornassem soldados, poupando muitas vidas.
Hoje ele já está morto por problemas no coração que teve a cerca de 73 anos
atrás.
As aulas vão passando, e o tempo também, até chega a hora
do almoço, vou ao refeitório, um lugar imenso com várias mesas retangulares e
largas para caber várias pessoas, pois, é o lugar onde todos os alunos vão
almoçar. Sirvo o meu prato, coloco um bife e um pouco de salada, depois
completo o almoço com um sanduíche de manteiga de amendoim que trouxe de casa,
enquanto tomo um suco de laranja em uma caixinha.
Termino meu almoço antes do resto das pessoas e vou para o
corredor preparar meu material da aula mais cedo. Subo os degraus do refeitório
e vou para os corredores, todos estão vazios, vou rapidamente para o meu
armário e faço uma troca de livros rápida, e vou andando até o laboratório onde
é a próxima aula, passo por vários armários e portas de salas de aula, estou
mais perto da parede esquerda do corredor, estou andando rapidamente até que
sinto algo puxando meu braço, vou com força para o lado, vendo com o canto dos
olhos um braço me puxando para dentro de uma sala pequena e escura.
Quando pego o equilíbrio de volta, finalmente consigo
enxergar a situação, há uma garota com os cabelos loiros castanhos, está com um
rabo de cavalo e uma parte do cabelo está solto, cobrindo suas orelhas, ela
está de braços cruzados e tem um olhar frio, tem exatamente minha altura.
-O que você pensa que está fazendo? -pergunta
ela a mim, por um momento fico distraído e olho ao redor, vendo vassouras e
panos, então percebo que estou no armário do faxineiro, uma sala pequena e
apertada cheia de vassouras, panos, baldes e produtos de limpeza, é o lugar
onde o faxineiro guarda e pega tudo o que precisa para limpar a escola, ou
seja, realizar seu trabalho. Quando finalmente paro para pensar na pergunta que
ela fez a mim, fico confuso e respondo.
-É
proibido se adiantar para a próxima aula? -pergunto, mas não de um jeito
intimidador e sim de um modo preocupado, porque, será que todo esse tempo era
proibido sair do refeitório mais cedo e eu não sabia.
-Não
me refiro a isso. -ela diz- Você não deve estar entendendo, o seu jeito de
pensar pode entregar você.
-Como assim? -pergunto, não entendo nada do
que ela fala, o jeito que eu penso, como assim, ninguém pode ler o pensamento
dos outros, ela não deve estar falando sério.
-Tome,
pegue isso, vai explicar tudo -diz entregando um cartão para mim, o qual eu
nunca vi, era preto com um círculo vermelho no meio, era diferente,
tecnológico- Coloque o dedo no círculo vermelho quando estiver sozinho e
garantir que ninguém vai vê-lo, tome cuidado.
No
segundo em que pegava o cartão com a mão direita, senti uma dor no pescoço e
como reflexo bati com a mão esquerda no pescoço, essa dor estava mais para uma
picada, provavelmente um mosquito me picou.
O cartão era duro e leve, tomei cuidado para não segurar
no círculo vermelho no meio, em seguida sai da sala sem olhar para trás para
não ter que ver aquele olhar de sombrio e amedrontador, fiquei me perguntando
do que ela estava falando, foi uma das conversas mais estranhas da minha vida.
Isso com certeza me deixou curioso, assim que chegar em casa vou apertar o
botão.
Vou andando nos corredores que agora estão cheios de gente
e acabo esbarrando e pisando em pé de pessoas. Por isso eu tive segurar o
cartão com força dentro do meu bolso. Vou para o laboratório rapidamente e
espero bater o sinal para a aula começar.
As aulas vão passando e eu vou o tempo todo com o cartão
no bolso de sala em sala sem deixar que ele caia, conferindo a cada cinco
segundos se ele está no bolso. Quando as aulas acabam eu fico ansioso para ir
para casa, mas me lembrei que faço parte do clube de mapas e navegação. A minha
escola cria vários clubes para que você possa se enturmar mesmo depois da aula,
poucos alunos saem da escola e o resto procura os clubes que mais os agradam, o
clube da mágica, o clube dos desenhos animados, enfim, existem milhares de
clubes feito pelos alunos, onde se reúnem em salas para discutir assuntos que
os agradam. O que me agrada é falar sobre mapas e navegação e climografia.
Ao entrar na sala do clube, vejo os alunos sentados em
carteiras uma ao lado da outra, formando um circulo, eles tem mapas, e discutem
o assunto. Sento em uma delas e entro no assunto, eles discutem sobre o navio
de busca que faria uma viagem pelo mar, mas uma tempestade muito forte fez o
barco cair e afundar, fazendo que todos os viajantes ficassem em pleno mar, se
afogando e morrendo aos poucos.
-Eles pareciam covardes para mim, eles estavam chorando na
hora que o barco partiu. -disse um garoto de óculos e cabelos pretos e curtos
do outro lado da roda.
-Eles
estavam chorando porque iam sentir saudades da família na viajem, Dylan. -disse
uma garota de cabelos cor de mel e longos.
-Aquilo parecia mais medo do que saudades para mim -disse
aquele garoto de óculos novamente, pelo que parece seu nome era Dylan.
Eu
lembro me de ter assistido no jornal a partida desses “bravos homens”, que
estavam partindo em uma jornada para o desconhecido mar, mas quando os vi
chorando na partida para mim eles não pareciam querer ir naquela expedição.
Ficamos lá discutindo o assunto até ás cinco horas da
tarde, sendo que cheguei lá às três. As portas da escola já estavam se
fechando, pois ela não fica aberta até
tarde, por ordens de segurança.
Não entendo o motivo das ordens de segurança se aqui não
existe roubo, eu acho. Saio da escola e faço o mesmo percurso para chegar em
casa, minhas pernas estão doendo e meus olhos estão cansados, já escureceu, pois
estamos em uma época do ano em que ocorre um fenômeno em que todos os dias,
durante três meses escurece mais cedo, chamada de “luacedo”. Ando na calçada
debaixo dos postes de luz, fico pensando no momento em que aquela garota me
puxou e disse tudo aquilo, então coloco a mão no bolso para conferir se o
cartão estava lá, e ainda bem, estava lá. De repente começo a ouvir passos e
então olho para trás e vejo bem longe um homem com um sobretudo preto, está com
óculos escuros e um chapéu preto, por algum motivo, sempre que ando sozinho, e
vejo alguém perto de mim fico nervoso, então apresso o passo, mas finjo que não
me importo com a presença dele, então viro a cabeça para o lado e olho para as
minhas costas com o canto dos olhos para ver se ele está ali, e não há mais
ninguém. Quando viro a cabeça para o outro lado, o vejo caminhando ao meu lado,
mas do outro lado da rua. Finjo que tenho um relógio no pulso, olhando para
ele, arregaçando os olhos e corro para
casa, simbolizando que estou com pressa, mas na verdade era uma desculpa para
correr para casa. Enquanto corro para minha casa que fica dali três
quarteirões, enquanto corro, olho para trás e vejo o homem parado me olhando,
se ele tirasse os óculos escuros, aposto que estaria com as sobrancelhas franzidas,
ou seja, me encarando.
Quando chego em casa, certifico me de trancar a porta
quando entro. E vou direto para a cozinha, onde minha mãe prepara o jantar e
meu pai está sentado na mesa conversando com ela, assim que chego ele param o
que estão fazendo e me encaram com uma cara de preocupação.
-Você está bem, filho? -pergunta meu pai.
-Porque não estaria? -respondo rápido ao meu pai, sem
contar que acabei de ser perseguido com certeza por aquele homem.
-Você está...pálido
-minha mãe explica.
-É que eu queria chegar em casa rápido, então corri e não
tive tempo para parar e respirar. -Tive que mentir, não quero que meus pais
fiquem assustados com todas as coisas estranhas que aconteceram hoje, não quero
que eles fiquem preocupados, só quero que eles continuem normais.
Assim
que termino de falar com eles, corro para as escadas e vou direto pro meu
quarto, assim que entro, jogo minha mochila no canto a minha direita e fecho a
porta atrás de mim, tranco devagar para não fazer nenhum barulho, senão meus
pais ouvem o barulho da chave e vão estranhar o fato de eu chegar em casa
pálido e me trancar no quarto logo em seguida.
Vou para a minha mesa de computador, coloco meu notebook
no chão e derrubo alguns livros de cima da mesa. Pego o cartão no bolso e coloco
em cima da mesa, agora finalmente vou entender o que aquela garota estava
querendo me avisar, mil coisas passam pela minha cabeça nesse segundo, então me
pergunto, será que é só sobre alguma fofoca mentirosa sobre que eu gosto de
alguém, o que certamente é mentira. Agora vou ver do que se trata, coloco o
dedo no botão vermelho.
No mesmo segundo uma luz vermelha aparece dividindo o
cartão em dois a parte de baixo e a de cima, então uma voz de mulher sem
intonação começa a passar uma mensagem, a linha vermelha começa a mexer como
uma onda sonora.
-Esta
mensagem contém informações secretas, após escutar esta mensagem guarde o
cartão e não forneça essas informações para ninguém. -disse a voz- Você foi
escolhido e está sendo convidado para se juntar a um grupo muito conhecido por
seus perseguidores como “os rebeldes”. Já imaginou se o governo estivesse
mentindo a toda sociedade sobre seus atos bons e ações heroicas, provavelmente
sim, e pessoas como nós que pensam dessa forma são consideradas uma ameaça para
o estado, nossa forma de reflexão é um crime, a base secreta do governo está
protegida com as mais importantes informações, sobre o ocorrido no passado,
essa corrupção política nos leva a ter um caminho onde consideramos líder, quem
pode ser por dentro nosso inimigo. Por isso, esse grupo chamado de , conhecidos
como rebeldes, lhe convida a se juntar a eles e se tornar um membro que vai
contribuir para que uma revolução seja feita e que a sociedade abra os olhos e
veja a verdadeira pessoa que estão idolatrando. Agora são as informações da
localização da base secreta, algo que nenhuma pessoa jamais descobriu é que a
cidade é revestida com um campo de força, após o campo de força que chamamos de
“barreira” fica a nossa localização, guarde o cartão com você, passe da
barreira e aperte o botão do cartão novamente e levante ao alto, então o
acharemos, caso você não aceite o convide, o deixaremos em paz, mas o governo
se descobrir pode ir atrás de você, faça uma boa escola.
O cartão ficou inteiro preto e a voz parou.
Fiquei sem palavras, não sei o que fazer, não sei o que pensar.
….................................
Estou sentado na minha cadeira com o cotovelo na mesa e as
mão segurando a cabeça, não pode ser, não pode ser que esses anos todos..., não
sei o que pensar, eu tenho que reagir, mas não sei o que é melhor para mim.
Fico sentado e de repente ouço minha mãe me chamando, levanto da cadeira e meus
joelhos doem, passar o dia sentado não faz bem para os meus joelhos, então eu
cambaleio e caio no chão, logo em seguida levanto e desço as escadas.
Assim que desço as escadas e chego lá embaixo, minha mãe e
meu pai estão sentados jantando, me junto a eles, minha mãe preparou espaguete
com almondegas e molho de tomate, ela me ensina a cozinhar nos fins de semana
então eu sei os ingredientes e modo de preparo. O jantar estava muito bom, mas
o sentimento inquieto dentro de mim substituiu o sabor bom da comida por
amargura.
Quando olhei para o relógio já eram nove da noite. Ás dez
eu terei que dormir e amanhã será um novo dia, nos dois sentidos, porque acho
que minha rotina não será mais a mesma, já que sei que corro risco de ser
capturado pelo governo. Não posso mais viver assim, eu jamais suicidaria, mas
levar uma vida assim não dá, eu não posso.
Assim que o jantar termina, vou para o meu quarto
novamente, então resolvo manter a calma e tentar ter uma noite normal, enquanto
decido se me junto ao grupo ou não. Junto os livros jogados no chão, coloco os
na estante de livros e depois de fazer uma faxina meu quarto fica arrumado, tem
algumas vezes que meus pais tem que ficar até tarde no trabalho, por isso me
acostumei a fazer a janta de vez em quando e até mesmo fazer uma faxina na
minha casa, é meio solitário, mas eu tento não me importar, (não disse que
consigo).
Quando o relógio marca dez horas eu me deito, fico
pensando em todas as coisas que aconteceram hoje, queria que tudo tivesse sido
apenas um sonho. Viro de um lado ao outro, procurando um canto quente na cama,
porque a noite está fria.
Fico deitado na cama e não consigo dormir, fico pensando
demais na minha escolha, então finalmente decido: não aguento mais. Saio da
cama, coloco minha calça jeans, uma camiseta preta, o mesmo casaco de aviador,
uma bota grande que tenho, coloco alguns livros sobre matérias interessantes
como Ciências e Geografia e Climografia na minha mochila do colégio, coloco
roupas extras também, pego aquele cartão e boto novamente no bolso, fecho a
mochila, penduro a nas minhas costas, abro a porta do quarto e corro para a
porta de entrada, abrindo-a, passo para fora, fecho, e corro em direção para o
suposto campo de força que a mensagem do cartão me disse.
Começo a correr sem parar, a cidade está escura e passo
rapidamente debaixo dos postes de luz, em direção a saída da cidade. Passo no
meio de duas casas, e a única coisa que vejo é um gramado enorme que rodeia a
cidade, e ao fim dele há apenas árvores, ou seja, há apenas floresta em volta
da nossa cidade, isto é, vivemos na única civilização do país? Eu pensava que
havia outras cidades e civilizações parecidas com esse gênero urbano.
Paro de pensar e continuo a correr, quanto me abaixo pego
uma pedra e jogo o mais longe que puder, então ela voa para longe, de repente
bate em uma espécie de parede invisível e o lugar onde ela bateu ficou roxo,
então o roxo vai se espalhando até mostrar que há um campo de força em formato
de esfera em volta da cidade, a pergunta é: porque há um campo de força
protegendo a cidade? Deve com certeza haver uma explicação para isso.